É certo que eu deveria dizer isso em segredo: o professor(a) de filosofia não tem o que ensinar. Pelo menos não há um conteúdo, um tema que ele esteja obrigado a compartilhar com os discentes. Eu sei que vão dizer que isso se trata de uma armação impensada. Os motivos que apresentarão são muitos, além de colocarem sobre a mesa uma in finidade de textos, temas, conteúdos que o professor de filosofia deve ensinar.
A despeito da importância em benefício da qual se possa advogar trato de um elemento mais precioso a ser feito no espaço da docência em filosofia: desa tar meninos e meninas a escrever o seu próprio relato, a sua compreensão do seu lugar em diálogo com os que os cercam, inclusive a filosofia. Não se trata aqui de dizer que qualquer re flexão pode ser denominada de filosófica, mas que a tarefa da filosofia transcende a “transmissão” de conteúdos: ela é o lugar de exercitar o pensar crítico e, ao mesmo tempo, espaço de criatividade, posto que convida à ponderação.
Com isso, o professor(a) de filosofia entra na sala de aula com ferramentas diferentes: nas mãos leva a curiosidade, o estímulo ao diálogo, estratégia para o enfrentamento das divergências, para a compreensão da realidade para além do que se percebe imediatamente.
É verdade que há uma “condição” escolar que, muitas vezes, permite ao professor(a) de filosofia realizar o seu trabalho apenas com giz e lousa. Todos os outros elementos não podem ser utilizados, pois colocam em questão a própria ordem escolar.
Entretanto, o professor(a) de filosofia que ainda compreende a sua tarefa, de provocar o espanto, de levar os meninos e meninas à admiração de si e do seu lugar em favor de aprenderem a construir a sua própria fala sobre a sua terra, está sempre à procura dos modos adequados, nos limites impróprios que tem, de ensinar, no espaço da filosofia, uma postura crítica e criativa diante da realidade.
Falar de ética, de política, do conhecimento ou apresentar Aristóteles, Nietzsche, Marx, Sartre se justi fica, na vivência do docente de filosofia, como ocasião de despertar o gosto de manusear a própria realidade e dizê-la de modo peculiar.
O cotidiano do professor(a) de filosofia, assim, é marcado pelo esforço de manter vivo o desejo de colaborar para que meninos e meninas olhem o seu entorno com menos ingenuidade, se deem conta das “alienações” do nosso momento, percebam as “ideologias” que se escondem na ações políticas, comerciais e aceitem o desa o de construir a ideologia que aconchegue o que é imprescindível para a sua comunidade. Empenho que se aplica a ele mesmo como docente e habitante deste lugar. Ao sair da sala de aula nada foi ensinado: há apenas – como se isso fosse pouco – as ações, os temas, os conteúdos que, não encerrando em si, desejam, duas vezes por semana, durante cinquenta minutos, forjar meninos e meninas para a experiência de “cidadania” que o seu lugar precisa, que o seu país tem pressa em ter.
que coisa ridirula.. :/
ResponderExcluirisso tá um lixo.. ¬¬
ResponderExcluirA casa caiu para os alunos que postaram acima.. até pq eu estava no lab. ao lado deles e vi eles postando. Decréscimo na nota...
ResponderExcluirOIHASOIHOASIH se fuderam =]
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